quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Desisti, decidi que durante uns tempos ia esquecer os tratamentos e acreditei que ia engravidar. Nunca soube qual era o meu problema, por isso era natural que fosse culpa minha, era a minha ansiedade que impedia o meu marido de ser pai e eu de ser mãe. No entanto era um pouco tarde, eu estava doente, a minha relação com o meu marido estava mal, interiormente culpávamo-nos um ao outro, eu queria desistir, ele não, ele achava que devíamos tentar mais uma vez. Eu sentia a falta do dinheiro para outras coisas, ele aparentemente não.
Perdi o emprego, mudei de medica, descobri que tinha um quisto num dos ovários que tinha que ser retirado e m mês depois de ter ido à 1ª consulta, fiz uma laparoscopia. Diagnóstico Endometriose. Fiz preparação para 4 FIVs, nenhuma resultou, na primeira o óvulo não foi fertilizado, nas seguintes tive que interromper o tratamento porque os ovários não respondiam à estimulação, desisti mais uma vez. Desta vez tinha esgotado a minha reserva emocional para estas perdas de “nada” e tinha também esgotado as nossas finanças. A operação foi muito cara 800 cts e cada FIV ficava em 500cts.
Em Agosto de 2005 fiz nova tentativa, ia tentar uma ICSI num hospital publico, mas afinal também não ia poder fazer, os meus valores de FSH estavam muito elevados e o meu processo não foi aceite, os valores revelam que será muito difícil estimularem os meus ovários de forma a produzirem ovulos em nº suficiente.
Mais uma vez apeteceu-me desistir, não queria voltar a criar expectativas e depois ter que gerir mais uma perda de “nada”, porque é assim que me sentia, embora seja incapaz de gerar um filho todos os meses num cantinho muito secreto de mim engravido, sonho como e quando vou dar a noticia ao marido e a alegria dele, por isso todos os meses sinto que foi mais uma oportunidade de gerar um filho que perdi.
Mas não desisti, fiz uma longa pausa, fui a outra clínica e fiquei a aguardar um telefonema. Esse telefonema era a dizer que ia iniciar outro tratamento, mas desta vez com doação de ovocitos.

Amanhã conto mais! É uma longa caminhada, que espero tenha um final feliz.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

A minha história - Parte I

A minha história começou em 2000, quando eu e o meu marido, casados desde 97, achamos que era uma boa altura para sermos pais, durante aproximadamente uma ano todos os meses esperamos que tivesse sido esse o mês, mas não era.
Começamos então a caminhada das consultas, 1º na ginecologista que me seguia, que me mandou fazer alguns exames, medir temperaturas e tomar dufine, depois uma médica especialista em infertilidade, indicada por uma conhecida que tinha tido problemas de fertilidade.
Até fazer-mos um ano de tentativas, todos diziam que era normal, para eu não me preocupar, mas eu preocupava-me, eu tinha medo, que o meu receio de não conseguir ser mãe, fosse real, e a verdade é que era.
Comecei a mentir no tempo de tentativas e fiz várias estimulações, muitas análises, ecos, tentativas e desilusões, sempre bem regadas com muitas lágrimas de revolta, raiva e tristeza, porquê a mim? Porquê eu?
Todos tinham alguma coisa a dizer sobre o assunto, muitos conselhos a dar, e eu fui calando a minha tristeza e frustração e fui fazendo os tratamentos.
Não foi uma época fácil, eu não sabia como devia enfrentar o problema, vivia angustiada, frustrada, triste e desanimada. Não acreditava nos tratamentos, muitas vezes estava a dar a injecção a mim própria a chorar, chorava de frustração, de tristeza, de raiva e sem saber eu estava a gritar por socorro, já não aguentava mais, emagreci muito, entrei em depressão, não aguentava a pressão no trabalho e os olhares fulminantes quando dizia que tinha que sair para mais uma consulta, eco, etc.
Os tratamentos ficavam muitos caros, era a consulta 16 cts na altura, as ecos a 1ª do ciclo 12 cts e a 2ª 6 cts, mais as injecções e as seringas, era um desgaste terrível, a todos os níveis, a minha vida sexual mudou radicalmente, hoje tinha que fazer sexo, amanhã não, isto posso tomar isto não posso, não vou de fim de semana por causa dos tratamentos, qual é o dia do ciclo? Enfim deixei de ser um ser humano para passar a tentar fazer o meu corpo funcionar de forma mecânica. E ele nada de funcionar.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Teste

Ainda ando em fase de testes, vamos ver se a inspiração não falta e a esperança se mantenha.